14/10/2010
Tese de doutorado analisa a interferência da rotina em IML na vida dos profissionais
Viver é aprimorar a essência humana. Essa é uma das reflexões apresentadas por Isabel Cristina Carstens Köhler odontóloga legal do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina, em sua tese de doutorado: “O cotidiano dos funcionários de um IML frente à morte: uma leitura a partir da Bioética Personalista”. Köhler defendeu o doutorado em 2009 pela Universidade de São Paulo (USP). Dias atrás ela apresentou os resultados em reunião do Comitê de Bioética e Ética em Pesquisa da ISCAL (Bioiscal).
A tese analisa como o trabalho diário com a violência e a morte modifica a existência dos profissionais, além de questionar aspectos relacionados a humanização no ambiente. Com 22 anos de experiência profissional em IML, somente a partir da pesquisa é que Köhler passou a enxergar a equipe de trabalho sobre outro aspecto. “Durante as entrevistas tivemos um contato muito próximo e isso possibilitou conhecê-los de maneira mais profunda, o que não tinha conseguido em anos de convivência.”, ressalta.
A Bioética Personalista considera o ser humano sob os aspectos biológicos, físicos, psicológicos, espirituais e morais. Por isso, além de discorrer sobre aspectos técnicos do cotidiano de um IML, Köhler analisa a função do serviço na sociedade, aprofundando a discussão de como os sentimentos pessoais da equipe acabam se confundindo com a morte e violência.
O contrário também foi detectado pela pesquisa. Temas como a violência urbana e morte acabam sendo naturalizados pela rotina de trabalho. Apesar disso, Köhler conclui que existe a preocupação dos funcionários em respeitar as vítimas e seus familiares, humanizando o atendimento.
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Assessoria de Comunicação | ISCAL
Colaborou - Alessandro Marques Palma, estagiário.