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avanço médico
Neurocirurgiões da Santa Casa fazem a primeira craniotomia acordada para clipagem de aneurisma

A equipe de neurocirurgiões da Santa Casa de Londrina realizou a primeira awake craniotomy, ou craniotomia acordada, para um caso de aneurisma cerebral. A cirurgia de clipagem do aneurisma durou duas horas e meia e transcorreu normalmente. “Foi tranqüilo”, afirma a paciente, a técnica de produção, Inez do Amaral, 36 anos.  Moradora de Guarapuava, há 323 km de Londrina, ela foi operada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no final de fevereiro, com alta hospitalar no início de março.  

A técnica cirúrgica com o paciente acordado é comum nos Estados Unidos. No Brasil é usada para casos de tumores cerebrais em áreas eloqüentes, próximas da área de fala, movimento e visão, e cirurgias funcionais, como a de Parkinson. Até onde se tem notícia, para problemas vasculares, como o aneurisma, o caso de Inez é o primeiro no Brasil. 

“Só na hora da furadeira deu um pouco de medo por causa do barulho. Mas logo dormi. Eu já sabia como ia ser. Fiz pelos meus filhos que tinham medo que eu ficasse sem falar e andar”, relata tranquilamente Inez. Ela tem uma filha de 20 anos e um filho de 13. E, em julho, será avó do primeiro neto, uma menina.

A paciente Ines do AmaralDetecção de déficit durante a cirurgia –  O neurocirurgião Sérgio Murilo Georgeto afirma que a técnica tem grandes benefícios e segurança. “Com essa primeira cirurgia na Santa Casa mostramos que, bem trabalhado, o procedimento é um sucesso e um grande avanço para atender esses pacientes", analisa Georgeto.  Ele é coordenador da residência médica em neurocirurgia da Santa Casa e realizou o procedimento em conjunto com o também neurocirurgião Marcelo Haddad.

O principal benefício da craniotomia acordada, segundo Haddad, é detectar se o procedimento cirúrgico está causando alguma alteração na área do cérebro que está sendo operada. Na técnica tradicional, com o paciente totalmente anestesiado, a lesão, afirma o médico, só pode ser detectada depois que o paciente acordar e, muitas vezes, a seqüela é irreversível.

“Conversamos com o paciente durante a cirurgia, acompanhando se há déficit neurológico durante a clipagem do aneurisma. Caso ocorra déficit, reposicionamos os clipes  para a liberação do fluxo de sangue oxigenado”, afirma Haddad. Ele explica que clipar uma artéria, fechando este fluxo de sangue oxigenado, pode ocasionar um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para a interação com a equipe, a paciente era estimulada a apertar um patinho de borracha com som que ela segurou na mão do lado em que poderia ter o déficit.

Consciente, mas sem dor - A incisão da pele foi feita com anestesia local. E, apesar de consciente para responder aos estímulos verbais dos médicos, ela recebeu sedativos de curta duração em alguns momentos, como no início para ser posicionada para a cirurgia e depois para serrar o osso. Sempre com o acompanhamento do médico anestesista, Luciano Fonseca.
Cirurgiões mostram vídeo da cirurgia para Ines
Riscos de hemiplegia e perda da fala - Estima-se que 5% da população mundial seja portadora de algum tipo de aneurisma cerebral, mas nem todos os casos têm indicação para a craniotomia acordada. Segundo os neurocirurgiões da Santa Casa, é preciso uma avaliação minuciosa para saber se o paciente é candidato à técnica, considerando o tipo e gravidade do aneurisma. O caso de Inez, segundo os médicos, era grave: um aneurisma grande – 1,3 cm de diâmetro, localizado no lado esquerdo do cérebro, em uma paciente ainda jovem.

“O lado esquerdo do cérebro domina grande parte da fala e os movimentos do lado direito. Os riscos  eram dela perder a fala ou ficar hemiplégica, sem movimentos do lado direito, caso uma artéria fosse fechada e interrompesse a passagem do sangue oxigenado”, detalha Haddad.  

A técnica da craniotomia acordada foi vista em congressos médicos e estudada minuciosamente pela equipe. "Operamos uma média de 50 aneurismas por ano e isso nos dá uma referência em tratamento cirúrgico e endovascular de aneurisma cerebral”, completa o neurocirurgião Sérgio Georgeto.
Cirurgiões Marcelo Haddad e Sérgio Georgetto com residentes de neurocirurgia
O aneurisma cerebral – É uma doença das artérias cerebrais. É uma dilatação da parede enfraquecida de uma artéria do cérebro, formando uma espécie de bexiga. Hipertensão, diabetes e cigarro são alguns dos principais fatores de risco para doença.

O aneurisma é considerado uma doença grave. Os maiores riscos são a ruptura da artéria e hemorragia ou compressão de outras áreas do cérebro. Metade dos pacientes que têm o rompimento do aneurisma morrem antes de chegar ao hospital. Entre os que sobrevivem, 50% podem ter seqüelas importantes que comprometem a qualidade de vida. O caso de Inez era de um aneurisma não roto.

Os sintomas mais comuns do aneurisma cerebral são dor de cabeça súbita, seguida de náuseas e vômitos, e perda de consciência.

O assunto também está na Folha de Londrina de 21/03/16.
Acesse aqui a Folha Web.

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Assessoria de Comunicação | ISCAL
Fotos: Arquivo ISCAL

 

 

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